Nos últimos seis meses, uma praga de ratos está devastando partes do sudeste da Austrália e assustando a população. Os animais já foram flagrados dentro de residências, nos telhados, em campos, cestos de lixo, salas de aula e até mesmo em camas de hospitais. Além de provocarem prejuízos nas colheitas das fazendas, também estão roendo cabos de energia e de telefone, provocando incêndios em casas e interrompendo as comunicações.
De acordo com os fazendeiros locais, há meses têm sido feitas petições ao governo, que anunciou um pacote de US$ 50 milhões para combater à praga dos roedores. O investimento é para o que pode ser o veneno de rato mais mortal já visto, o bromadiolone.
Especialistas e moradores consideram que esta é a pior praga que enfrentaram em muitos anos na região, após uma longa estiagem que já havia atingido a economia local. Mas foi justamente porque a seca acabou, com rápida recuperação das fazendas, que os ratos começaram a se reproduzir em massa.
O canal de TV Channel 10 chegou a criar um mapa com a previsão do avanço dos roedores rumo à capital do estado, Sidney, até agosto deste ano.
Dieter Mafra, um especialista em ratos, falou ao canal que os animais poderão entrar nas cidades quando estiverem dentro de caminhões e caixas de comida, tornando o monitoramento muito difícil.
No entanto, o CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation), órgão de pesquisa científica do país, discorda do especialista, acreditando que os ratos não chegarão a Sidney porque eles não têm o costume de ficar muito longe de seus ninhos.
– Ratos não são animais migratórios. Eles podem se mover em até 100 metros do ninho, mas retornarão no final da noite. Os ratos vivem nos mesmos lugares que os humanos e, na maioria das vezes, passam despercebidos – explica o órgão.
O bromadiolone se encontra em processo de aprovação, e especialistas alertam que pode ser perigoso até mesmo para animais domésticos.