Uma testemunha ouvida na madrugada desta terça-feira (23) pelo delegado Henrique Damasceno, da 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, relatou sobre uma suposta agressão que o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, já havia cometido contra uma criança anteriormente.
A testemunha foi ouvida na investigação da morte do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, que foi encontrado morto pela mãe no último dia 8 de março. Na ocasião, Henry estava sob os cuidados da mãe, Monique Medeiros, e do padrasto, o vereador Dr. Jairinho.
As autoridades decidiram preservar a identidade da pessoa depoente, que forneceu detalhes sobre as constantes agressões que a criança sofria havia 8 anos. A suposta vítima não teve nem a identidade e nem o grau de relacionamento com o parlamentar revelados. Segundo a testemunha, a violência não foi denunciada por medo de retaliações.
DIVERGÊNCIA DE VERSÕES
Entre os pontos ainda não esclarecidos, o delegado Damasceno procura entender a dinâmica dos eventos. Há divergências entre o que o casal contou ao pai de Henry ainda no hospital e o que eles contaram durante o depoimento na delegacia. Segundo Leniel Borel, pai do menino, Monique e Jairo afirmaram ter escutado um barulho no quarto de Henry durante a madrugada. Chegando ao cômodo, encontraram a criança sem respirar e gelada. Já na delegacia, o casal não mencionou ter ouvido algum barulho.
Desde esta segunda (22), o delegado Damasceno já ouviu sete testemunhas do caso: três vizinhos do condomínio onde mora o casal e quatro pediatras que atenderam Henry no Hospital Barra D’Or. Monique, Jairinho e a psicóloga que acompanhava a criança após o divórcio dos pais devem ser ouvidos ainda esta semana.