O médico Alfredo Cahe, que por muitos anos atendeu Diego Armando Maradona, afirmou nesta terça-feira (2) que o ídolo do futebol argentino, morto em 25 de novembro, poderia ter sobrevivido. Ele também criticou os procedimentos da equipe que cuidou da saúde do ex-jogador.
– Não tenho dúvidas de que toda a ação médica foi ruim, muito ruim. Eles deram a impressão de que não eram médicos. Acredito que ele poderia ter sido salvo – disse.
Cahe deu declarações durante entrevista à emissora de televisão TN.
Maradona completou 60 anos em 30 de outubro, e três dias depois precisou ser internado devido a uma lesão na cabeça, que demandou uma cirurgia. Ele também vinha enfrentando dependência de álcool e remédios, além de problemas cardíacos.
– Tudo poderia ter sido tratado, a cardiomegalia, o aumento do ritmo cardíaco poderia ter sido tratado, a parte psiquiátrica poderia ter sido tratada, tudo poderia ter sido tratado – considerou.
Cahe, que foi médico do ídolo por cerca de 30 anos, também criticou a escolha da casa onde ele deveria se recuperar da cirurgia a que foi submetido e na qual morreu.
A última vez que o médico teve contato com seu ex-paciente foi quando Maradona foi hospitalizado em uma clínica em La Plata. No local, Alfredo trocou opiniões com a equipe médica que tratou o ex-jogador.
– Um psicólogo me chamou e me perguntou com que medicamentos tratamos Diego durante sua última internação. Quando lhe dei a lista de medicamentos, ele ficou calado e a história acabou – relatou.
Ele teve contato, em uma ocasião, com o também médico Leopoldo Luque, que vinha cuidando de Maradona e agora está sendo investigado por negligência.
– Perguntei a Luque três ou quatro coisas que eram importantes, primeiro eu sabia que Diego havia perdido sangue através de matéria fecal, da região anal. Perguntei-lhe se ele havia estudado essa parte, e ele não me respondeu mal, tampouco me respondeu bem. Perguntei-lhe se ele tinha operado Diego ou se havia outro cirurgião de alto nível, e ele não me disse nada. Foi monossilábico – recordou.
*Com informações da Agência EFE