A processadora brasileira de carne bovina JBS, maior empresa do setor no mundo, foi alvo de um ataque hacker, no último final de semana, que comprometeu as operações da companhia em diversos países. De acordo com o CEO da empresa na Austrália, Brent Eastwood, todas as unidades da companhia no país ficaram inoperantes por conta do ocorrido.
Além da Austrália, as operações em países como o Canadá e os Estados Unidos foram temporariamente fechadas, afetando milhares de trabalhadores e também o fornecimento de carne ao redor mundo. A empresa acredita que o ataque do tipo ransomware, em que um vírus sequestra o computador da vítima e criminosos cobram um valor em dinheiro pelo resgate, veio da Rússia.
A JBS opera atualmente grandes marcas do setor de alimentos pelo mundo, como Friboi, Swift, Seara, Pilgrim’s e Moy Park. Esses e os demais negócios fazem a companhia ser a segunda maior produtora de alimentos do mundo e a maior de proteína animal. Por esse fato, o ataque pode levar à escassez de carne ou aumentar os preços para os consumidores em diversos países.
Como a invasão influenciou também operações nos EUA, ao governo americano informou que o FBI está investigando o ataque. A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse na terça-feira (1°) que as autoridades estão “se engajando diretamente com o governo russo neste assunto e passando o recado de que estados responsáveis não abrigam criminosos de ransomware”.
Nesta quarta-feira (2), a JBS informou que obteve “progresso significativo” na resolução do ataque cibernético e espera que a grande maioria de suas fábricas esteja em operação ainda hoje. A empresa disse na segunda-feira (31) que suspendeu todos os sistemas de TI afetados assim que o ataque foi detectado e que seus servidores de backup não foram hackeados.
A empresa disse ainda que apesar da invasão ter afetados os principais centros onde a empresa atua, as operações da empresa na América do Sul não foram interrompidas.
Em 2017, a empresa esteve no centro de um escândalo financeiro e político, quando o empresário do grupo Joesley Batista gravou uma conversa que teve com o então presidente brasileiro Michel Temer. A divulgação do fato causou derretimento da bolsa de valores brasileira, com queda de 8,8%, e uma disparada do dólar, com alta de mais de 8%, em um único dia.