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Neurocientista Rosana Alves faz alerta: “O isolamento pode ter uma consequência absurda”
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Publicado em 01/06/2021

A neurocientista e psicóloga Rosana Alves concedeu uma entrevista ao portal Pleno.News na qual abordou diversos assuntos, como, por exemplo, ser feliz em tempos de pandemia, os efeitos e consequências do isolamento social e saúde mental. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.

Defensora do diálogo entre ciência e religião, Rosana Alves é neurocientista, formada em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), além de mestre e doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 3 pós-doutorados em Neurociências. Com vasta experiência, a profissional também é escritora.

Em 2019, ela lançou o livro A Neurociência da Felicidade, disponível em ebook e audiobook. Especialista no assunto felicidade e funcionamento do cérebro, Rosana Alves é uma das maiores referências dentro e fora do país.

 

 

Como ficar bem, como ficar feliz durante esse tempo tão incerto e que a gente não sabe quando vai acabar?
Primeiro, temos que entender que são tempos difíceis mesmo! Saber que estamos sendo e ainda seremos impactados por esse vírus, por essa pandemia. O primeiro passo é não ignorar o sofrimento, mas também não o colocar em um lugar de destaque, com um “vamos viver então” ou “vamos mergulhar nesta dor”. Não se ignorar que o sofrimento existe. É um tempo de vulnerabilidade. Esses fatores que têm nos envolvido: a incerteza, a morte, a doença, a crise econômica que chegou para muita gente. São problemas reais. Então, temos que olhar para problemas reais e criar estratégias para lidar com eles.

Ainda sobre a pandemia, uma das consequências disso foi a mudança na rotina. As pessoas precisam ficar em casa. Muitas pessoas ainda estão trabalhando de casa. Essa falta de convívio, de socialização, pode ser prejudicial à saúde? E de que forma?
Pode! Nós somos seres sociais. O isolamento social pode ter uma consequência absurda, negativamente falando, para a nossa saúde mental.

Foi publicado um trabalho no Reino Unido mostrando que os jovens e adolescentes foram os mais afetados emocionalmente com a crise [decorrente da pandemia], e um dos motivos foi o isolamento social. Dos entrevistados, 75% apresentavam características de depressão.

Mesmo dentro de casa, nós temos que manter um bom relacionamento com quem está nela e criar estratégias, mesmo que à distância, para estar com quem a gente ama: participar de um aniversário virtual, manter uma rotina. A falta de rotina, agregada ao isolamento social, pode piorar muito os nossos quadros emocionais. Aqueles que já tinham algum transtorno podem ter o quadro agravado, e muita gente que jamais manifestaria um transtorno mental, pode, neste momento, ter um por conta deste momento de tamanha vulnerabilidade.

 
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